Sinal cósmico reaparece a cada 53 minutos – Mistérios Desconhecidos

Um radiotelescópio conseguiu captar um sinal do espaço que se repete a cada 53 minutos, em três estágios. Cientistas analisam o que pode ser.

Um sinal do espaço, detectado por um radiotelescópio na Austrália e batizado de ASKAP J1935+2148, chega à Terra a cada 53,8 minutos. Poucos elementos sonoros no vácuo da atmosfera são tão precisos e pontuais.

Além de sua regularidade, ele apresenta outra característica que chamou a atenção dos cientistas australianos: alterna entre três estados diferentes e bem-definidos.

Em um desses estados, o sinal apresenta pulsos lineares (com as ondas de rádio apontando na mesma direção) que duram de 10 a 50 segundos. Em outro estado, a polarização é circular, e as ondas são muito mais fracas e breves, durando apenas 370 milissegundos. Por fim, no terceiro estado, não há pulsos.

Apesar dessas características intrigantes, os pesquisadores acreditam que o fenômeno tem uma origem natural. Ou seja, não seria uma tentativa de comunicação de uma civilização alienígena.

Segundo eles, o sinal do espaço pode estar sendo emitido por uma estrela de nêutrons ou uma anã branca.


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O que são?

Uma estrela de nêutrons é o que resta, na forma compacta, de uma estrela massiva que explodiu em uma supernova. Quando uma estrela com massa entre 10 e 25 vezes a massa do Sol chega ao final de sua vida, ela esgota seu combustível nuclear, e a pressão gravitacional faz com que o núcleo colapse.

Se o núcleo residual tiver entre 1,4 e 3 vezes a massa do Sol, a pressão é tão intensa que os prótons e elétrons se fundem para formar nêutrons, resultando em uma estrela extremamente densa e pequena, com um diâmetro de apenas cerca de 20 quilômetros.

As estrelas de nêutrons têm densidades tão altas que uma colher de chá de material de uma delas pesaria cerca de um bilhão de toneladas na Terra.

Enquanto isso, uma anã branca é o estágio final de vida de estrelas de massa baixa a média (menos de 10 vezes a massa do Sol).

Quando essas estrelas esgotam seu combustível nuclear, elas expelam suas camadas externas, formando uma nebulosa planetária, enquanto o núcleo remanescente colapsa sob sua própria gravidade.

Esse núcleo, agora uma anã branca, é extremamente denso e composto principalmente de carbono e oxigênio.

Embora tenha uma massa comparável à do Sol, seu tamanho é semelhante ao da Terra. As anãs brancas não realizam mais fusão nuclear e, portanto, gradualmente esfriam e escurecem ao longo de bilhões de anos.

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Como conseguimos ouvir esse sinal do espaço?

**É conhecimento geral que o espaço não propaga som.** Ou seja, não existem meios materiais para que as ondas sonoras se movimentem de um lado a outro. Quando chegam aos nossos ouvidos, elas são vibrações que ressoam em diferentes elementos.

**Contudo, não existe isso na atmosfera.** Por outro lado, o sinal do espaço que chega a cada 53 minutos não é um som no sentido convencional.

**Na verdade, o que detectamos são ondas de rádio, que são um tipo de radiação eletromagnética.** Essas ondas não precisam de um meio material para se propagar e podem viajar através do vácuo do espaço.

**Inclusive, é por isso que temos sinais de satélite e conexão global, pois as ondas de rádio se movimentam livremente no espaço.**

**Assim, são os radiotelescópios, como o que detectou o sinal ASKAP J1935+2148, que capturam essas ondas de rádio e as convertem em sinais elétricos.**

**Por sua vez, esses sinais elétricos podem então ser processados e transformados em dados que os cientistas analisam.**

**Embora possamos converter esses sinais em áudio para facilitar a análise ou a compreensão, isso é apenas uma representação artificial.** As ondas de rádio em si não são sons. Elas são simplesmente uma forma de radiação que pode ser detectada e interpretada por nossos instrumentos.

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