Atualmente, muitas produções cinematográficas têm explorado a ideia de microrrobôs navegando em nossas correntes sanguíneas, realizando reparos internos ou administrando medicamentos. Mas será que essa realidade futurística já é uma possibilidade?
Microrrobôs: avanços que ultrapassam as telas
No ano de 1959, o renomado físico teórico Richard Feynman imaginou um futuro onde microrrobôs seriam capazes de navegar pelo nosso corpo, realizando intervenções médicas. Atualmente, cientistas estão cada vez mais próximos de tornar essa visão uma realidade. Engenheiros da Universidade de Tóquio desenvolveram uma forma de motorizar estruturas microscópicas sem a necessidade de energia externa.
A pesquisa envolveu organismos unicelulares capazes de se mover livremente, impulsionando essas estruturas como se fossem pequenos cavalos.
Algas microscópicas como motores
Utilizando a velocidade de natação da alga verde Chlamydomonas reinhardtii, os engenheiros japoneses encontraram uma solução inovadora. Cada célula dessa alga possui apenas 10 micrómetros de largura, sendo capaz de puxar estruturas cinco vezes maiores do que seu próprio tamanho individual.
Essas algas são movidas por flagelos, impulsionando o movimento das estruturas. Diferentemente de outros micromotores, esses motores biológicos podem se movimentar autonomamente, abrindo possibilidades para o desenvolvimento de micromáquinas complexas.
Micromáquinas em potencial
Os pesquisadores criaram veículos de plástico para as algas, que podem se mover a velocidades impressionantes. Um desses veículos, chamado “Scooter”, surpreendeu ao realizar movimentos complexos e direcionados. Já o veículo “Rotator” se movia de forma suave, como uma roda em um parque de diversões microscópico.
Com a possibilidade de alcançar velocidades consideráveis, os pesquisadores vislumbram aplicações futuras dessas micromáquinas para o transporte de substâncias no corpo humano, como medicamentos. Esse avanço representaria a concretização da visão de Feynman, tornando possível o transporte de cargas no sangue por meio da vida.