O fenômeno surpreendente da La Niña Atlântica
O mundo inteiro foi impactado pela passagem do El Niño e, em meio a esse cenário, vem se destacando um novo fenômeno: **La Niña Atlântica**. Esse fenômeno, responsável pelo resfriamento do Oceano Pacífico, tem sido observado nos últimos meses de forma inédita, com um resfriamento no Atlântico equatorial nunca antes registrado.
Este novo padrão climático, denominado La Niña Atlântica, surge em um momento crítico, pouco antes da transição para La Niña no oceano Pacífico. A combinação desses dois fenômenos pode ter impactos significativos no clima global, especialmente devido às variações recentes nas temperaturas oceânicas.
O resfriamento do Atlântico traz um alívio após um período de temperaturas recordes, tanto na terra quanto no mar. As altas temperaturas foram atribuídas às emissões de gases de efeito estufa e à ocorrência do El Niño no Pacífico, formado em meados de 2023.
Surpreendente queda de temperatura
No ano passado, foram registradas condições de Niño no Atlântico, levando as temperaturas da superfície do mar a níveis sem precedentes em décadas. No entanto, nos últimos três meses, observou-se um rápido resfriamento na região, o mais acelerado desde 1982, o que tem intrigado cientistas e meteorologistas, já que os ventos alísios, que normalmente impulsionam esse resfriamento, não se intensificaram conforme o esperado.
De acordo com Franz Philip Tuchen, da Universidade de Miami, várias hipóteses foram consideradas, mas até o momento nenhuma conseguiu explicar completamente esse **fenômeno** sem precedentes.
Impactos da La Niña Atlântica
Para que a La Niña Atlântica seja oficialmente reconhecida, as temperaturas do Atlântico devem permanecer 0,5ºC abaixo da média por mais um mês. Assim como outros fenômenos climáticos conhecidos, a La Niña Atlântica pode impactar globalmente os padrões climáticos, influenciando a distribuição de umidade e as temperaturas em diferentes regiões.
A La Niña no Pacífico geralmente resulta em secas no oeste dos EUA e chuvas intensas no leste da África, enquanto a La Niña Atlântica afeta as chuvas na região do Sahel, na África, e aumenta as chuvas em partes do Brasil. Além disso, as duas La Niñas podem influenciar a temporada de furacões no Atlântico, aumentando ou enfraquecendo a probabilidade desses fenômenos.
Embora seja difícil prever exatamente quando a La Niña Atlântica terá impacto completo, sua presença pode atrasar o desenvolvimento pleno da La Niña no Pacífico, retardando assim seus efeitos de resfriamento global.
Fonte: **Olhar digital**