Um possível monstro do pântano gigante de 280 milhões de anos foi recentemente descoberto na África, trazendo novas percepções sobre o ecossistema local.
Descoberta do Monstro do Pântano
Cerca de 40 milhões de anos antes da aparição dos primeiros dinossauros na Terra, um predador gigante pode ter dominado os mares: o monstro do pântano.
De acordo com um estudo publicado na revista Nature, Gaiasia jennyae, um tetrápode que vivia há 280 milhões de anos nos pântanos do supercontinente Gondwana, foi encontrado na Namíbia, na África.
Os cientistas ficaram impressionados com a aparência assustadora do animal, que possuía uma cabeça de aproximadamente 60 cm de comprimento, um crânio achatado e uma mandíbula alargada com dentes grandes.
“**Este animal impressiona os cientistas com sua aparência assustadora**”, disse Jason Pardo, pesquisador do Museu Histórico Nature Field (EUA).
O fóssil recebeu o nome da Formação Gai-as na Namíbia e homenageia Jenny Clack, uma paleontóloga conhecida por estudar a evolução dos primeiros tetrápodes.
Esses tetrápodes evoluíram a partir de peixes com barbatanas e deram origem aos grupos de anfíbios, répteis, aves e mamíferos que conhecemos hoje.
Estudos e Descobertas
O Gaiasia jennyae surpreende os cientistas com suas características físicas, devido ao seu tamanho maior que o de humanos e sua capacidade de capturar presas com eficiência, inclusive através de emboscadas.
Os especialistas que analisaram o fóssil notaram que os dentes da criatura eram excepcionalmente grandes e próximos uns dos outros, resultando em uma mordida única não encontrada em estudos anteriores de tetrápodes.
A equipe conseguiu encontrar e escavar vários espécimes na área, incluindo um com o crânio e a coluna vertebral bem preservados.
Impacto e Evolução
A descoberta do monstro do pântano na Namíbia é importante, pois a maior parte das informações sobre a evolução dos animais terrestres até então vinha de fósseis encontrados em pântanos antigos da Europa e América do Norte.
Enquanto a região equatorial era seca e arborizada, nos confins do planeta existiam zonas úmidas ao lado de geleiras. Isso permitiu a transformação de animais em novas espécies, incluindo os primeiros vertebrados quadrúpedes que deram origem a mamíferos, répteis e anfíbios.
O Gaiasia representa um animal antigo que competiu com espécies mais recentes, demonstrando uma notável capacidade de adaptação às mudanças ambientais ao longo do tempo.
Apesar de sua singularidade, o animal pode fornecer importantes informações aos paleontólogos que estudam as mudanças ocorridas durante o período Permiano.
Esta descoberta destaca uma parte do passado no polo Sul do planeta, revelando diferenças significativas em relação ao que ocorre atualmente no Equador.
Fonte: Revista Galileu
Imagens: PxHere, Revista Galileu