Esta será uma realização latino-americana.

Kathleen Martínez tem se dedicado à busca do túmulo de Cleópatra há duas décadas e, em setembro deste ano, está planejando iniciar novas escavações.

***Arqueólogos*** dedicam suas vidas diariamente em busca de vestígios do passado, visando ampliar nosso entendimento sobre a história. Durante esse trabalho, diversas descobertas foram feitas ao longo do tempo, contribuindo significativamente para os estudos. Um exemplo é a pesquisa em andamento que visa localizar o túmulo de **Cleópatra**.

A arqueóloga dominicana Kathleen Martínez, de 57 anos, está liderando estudos a respeito da rainha do Egito, o que tem possibilitado uma reavaliação de sua biografia. No entanto, o objetivo principal de sua pesquisa é encontrar o túmulo de **Cleópatra**. Esta missão já perdura por duas décadas, e as evidências indicam que o túmulo pode estar próximo do Templo Taposiris Magna, submerso no mar, numa zona marítima militar ainda inexplorada.

Atualmente, dois grupos de arqueólogos estão em busca do túmulo de **Cleópatra**, próximo ao Palácio Real Egípcio. Para financiar essa pesquisa, estima-se um investimento de aproximadamente dois milhões de euros anuais, provenientes do governo francês.

Apesar dos esforços concentrados nessa região, Martínez acredita que a localização do túmulo pode estar em outro lugar. “Há mais de 200 anos que o procuram e não apareceu porque o procuraram no lugar errado. Como eu poderia construir um mausoléu de tal magnitude à vista dos romanos? Onde pode ser construído um forte edifício de pedra que passaria despercebido, senão nas proximidades de um templo do qual parece fazer parte? É uma questão de bom senso”, afirmou ela.

Estudo


***La prensa***

A teoria defendida pela arqueóloga é revolucionária e vai de encontro às ideias tradicionais. Após extensa pesquisa, Martínez descobriu mais de 20 múmias, algumas com línguas de ouro, 500 moedas de ouro com o rosto de **Cleópatra** e 1.800 peças arqueológicas.

Sua investigação teve início após descobrir que, após a morte de Marco Antônio, Cleópatra visitou seu túmulo e retornou no mesmo dia. Com base nisso, Martínez delimitou uma área de busca ao redor do Palácio Real de Alexandria, que foi gradualmente reduzida para 45 quilômetros.

Nesse perímetro encontra-se o Templo Taposiris Magna, possivelmente dedicado ao Deus Osíris, parceiro de Ísis, de quem Cleópatra acreditava ser a reencarnação. Para obter permissão para continuar escavando em busca do túmulo, Martínez precisava localizar a placa de fundação do templo, indicando que este foi erigido em homenagem à deusa.

Túmulo de Cleópatra


***El nacional***

Durante as explorações em Taposiris, foram encontrados túneis subterrâneos previamente desconhecidos, os quais, em certo ponto, começaram a ser inundados por água salgada. Esse fato corroborou a teoria de que o templo está relacionado de forma mais próxima ao Mar Mediterrâneo. Os túneis, com 1.305 metros de comprimento e 25 metros de profundidade, passam sob a estrada que liga Alexandria à Líbia e por baixo de um hotel de luxo, podendo também conectar o templo a outra estrutura de grande porte.

“Eles passaram despercebidos durante a construção das estradas porque são muito profundos. Mas estão intactos”, ressaltou a arqueóloga.

Segundo os estudos conduzidos por Martínez, Alexandria foi devastada por catástrofes e tsunamis, resultando na inundação desse segundo templo.

“Hoje podemos afirmar que parte desse centro religioso permaneceu no fundo do mar sem qualquer registro até agora. Quer encontremos ou não o túmulo de Cleópatra, esta é a maior descoberta que fizemos até hoje. Ninguém jamais encontrou todas essas passagens submersas”, afirmou.

Ciente disso, Martínez aprendeu a mergulhar e, após sua primeira incursão em 2022, entrou em contato com o Dr. Ballard, conhecido por descobrir o Titanic. “Ele me disse que tinha 80 anos e que pensava em se aposentar, mas que queria que seu epitáfio fosse como o do oceanógrafo que encontrou o Titanic e também o túmulo de Cleópatra”, contou.

Em setembro de 2023, outra expedição subaquática foi realizada, desta vez com 68 mergulhadores profissionais participando pela primeira vez de uma missão arqueológica. Nessa oportunidade, foram capturadas as primeiras imagens das estruturas submersas.

Em setembro deste ano, estão programadas escavações no solo que contribuirão para esclarecer ainda mais a investigação. Segundo Martínez, essa descoberta tem o potencial de revelar importantes aspectos históricos, uma vez que pode “nos fornecer diversas informações sobre um período do qual sabemos muito pouco, já que nenhum dos túmulos dos faraós foi encontrado”.

Além de desvendar o túmulo de **Cleópatra**, a arqueóloga almeja que a América Latina se torne uma referência na egiptologia.

“Não aceitei porque seria uma conquista estrangeira. E quero que seja latino-americana, que carregue a nossa bandeira. Os latinos têm muito a oferecer, mas não tiveram oportunidades. Às vezes, sinto que não desisto de ser quem abre a porta para quem vem atrás. Não vou me cansar até que nos coloquemos no mapa da arqueologia mundial”, concluiu Martínez.

Fonte: ***Galileu***

Imagens: ***La prensa***, ***El nacional***

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