Erupção solar rompeu a “cauda” do campo magnético da Terra

Um grande distúrbio no vento solar causou uma perturbação na magnetosfera da Terra, fazendo com que ela voasse sem a sua cauda habitual. Durante duas horas, o campo magnético terrestre ficou “desfigurado”. Será que isso representa um problema grave?

25.º ciclo solar está com uma enorme atividade

Assim como um jato supersônico é afetado por ventos de alta velocidade, nosso planeta está constantemente sendo atingido por uma corrente de partículas carregadas do Sol, conhecida como vento solar.

Esses fluxos de vento solar se curvam ao redor do campo magnético da Terra, formando uma frente chamada choque de proa do lado voltado para o Sol da magnetosfera, estendendo-se em uma longa cauda do lado oposto. Mudanças dramáticas no vento solar podem alterar a estrutura e a dinâmica da magnetosfera. Essas alterações fornecem insights sobre o comportamento de outros corpos no espaço, como as luas de Júpiter e planetas fora do nosso sistema solar.

Campo magnético terrestre temporariamente “desfigurado”

Os cientistas recentemente observaram um fenômeno raro causado por uma ejeção de massa coronal (EMC).

Em 24 de abril de 2023, a nave espacial MMS da NASA observou que, durante essa EMC, a velocidade Alfvén era mais rápida do que a velocidade de fluxo do vento solar. Isso resultou no desaparecimento temporário do arco de choque da Terra, permitindo a interação direta entre o plasma e o campo magnético do Sol com a magnetosfera terrestre.

A cauda de vento da Terra foi substituída por estruturas chamadas asas de Alfvén, conectando a magnetosfera da Terra à região do Sol recentemente em erupção. Essa conexão funcionava como uma autoestrada para o plasma entre a magnetosfera e o Sol.

O evento ofereceu novos insights sobre como as asas de Alfvén se formam e evoluem. Esse processo pode ser observado em outros corpos magneticamente ativos no universo, e sugere que a formação de auroras na lua de Júpiter, Ganimedes, também pode ser atribuída às asas de Alfvén.

Terão sido expelidos mil milhões de toneladas de material coronal, de forma anómala, à medida que as asas recém-formadas da Terra interagiam com ventos solares intensos.

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