Esse “dispositivo inovador” criado por pesquisadores brasileiros auxilia na identificação de comida estragada, mudando de cor de acordo com os gases liberados pelos alimentos.
Comer é uma das atividades mais prazerosas para muitas pessoas, porém nem sempre é fácil identificar se os alimentos estão próprios para consumo. Principalmente na geladeira, onde muitas vezes fica difícil distinguir se um alimento está estragado ou não, o que pode gerar tanto problemas de saúde quanto desperdício.
Para auxiliar nessa questão, pesquisadores brasileiros desenvolveram um dispositivo capaz de indicar quando um alimento está ficando impróprio para o consumo em tempo real. Essa inovação são biofilmes feitos com amido que monitoram o estado de conservação dos alimentos, proporcionando segurança aos consumidores na hora da compra, além de evitar o desperdício.
Dispositivo Inovador
Esse dispositivo foi desenvolvido em uma parceria entre pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Funciona como um “nariz artificial” que indica se a comida está estragada ou em processo de deterioração em tempo real.
Os biofilmes, do tamanho de um botão, são produzidos a partir de matérias-primas acessíveis como amido de mandioca, água e glicerol. Eles contêm corantes que mudam de cor ao entrar em contato com os gases liberados por alimentos estragados, como enxofre e nitrogênio.
Estes gases são liberados à medida que os alimentos se deterioram, causando reações químicas nos biofilmes que resultam na alteração de cor, facilitando a interpretação para os usuários.
Uma das aplicações possíveis para essa tecnologia é a criação de embalagens ou sensores que tenham contato indireto com os alimentos. Assim, os operadores de supermercado podem verificar de forma rápida e simples se um alimento está impróprio para consumo antes de colocá-lo nas prateleiras.
Identificando alimentos estragados
Os biofilmes mudam de cor de maneiras distintas conforme o gás com o qual reagem, por isso, Danilo Manzani, um dos pesquisadores, recomenda o uso conjunto de diferentes biofilmes para uma maior confiabilidade.
Além de ser uma inovação, essa tecnologia não é custosa. Um pacote de 500 gramas de polvilho doce, um dos ingredientes principais, custa cerca de 10 reais e rende mil biofilmes.
Flávio Petruci, outro pesquisador envolvido no estudo, destaca que, apesar de existirem outros biofilmes no mercado, a integração com os “narizes artificiais” torna essa inovação mais vantajosa, permitindo o monitoramento em tempo real e a visualização imediata dos resultados quando a comida está estragada.
Ainda não há previsão para a disponibilidade comercial dessa tecnologia, mas os pesquisadores estão abertos a parcerias para acelerar sua chegada ao mercado.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Olhar digital