De acordo com investigadores, há indícios de sinais provenientes do espaço que podem ser de origem extraterrestre e repletos de inteligência. A possibilidade de existir uma comunicação entre civilizações nos exoplanetas do sistema TRAPPIST-1 está sendo considerada.
Buscando por sinais alienígenas entre exoplanetas
Um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisa de Inteligência Extraterrestre (SETI) e da Penn State afirmou, em 16 de outubro de 2024, que utilizaram radiotelescópios para investigar possíveis comunicações extraterrestres entre os sete exoplanetas do sistema TRAPPIST-1.
O sistema TRAPPIST-1 abriga uma estrela anã vermelha, com alguns de seus sete exoplanetas localizados na zona habitável, onde a vida poderia prosperar.
De acordo com os cientistas, o sistema TRAPPIST-1 está relativamente próximo, a aproximadamente 40,66 anos-luz da Terra. Até o momento, nenhum sinal foi detectado.
A equipe utilizou o Allen Telescope Array, um grupo de radiotelescópios dedicado às pesquisas do SETI, localizado na Califórnia.
Esta pesquisa demonstra que estamos nos aproximando da detecção de sinais de rádio semelhantes aos que enviamos para o espaço.
“A maioria das pesquisas supõe alguma intenção, como faróis, porque nossos receptores possuem um limite de sensibilidade em relação a uma potência mínima de transmissão, além de qualquer coisa que transmitimos inadvertidamente. No entanto, com equipamentos mais avançados, como o futuro Square Kilometer Array (SKA), poderemos em breve detectar sinais de uma civilização alienígena se comunicando com suas naves espaciais”, destacou Nick Tusay, estudante de pós-graduação da Penn State.
Sinais de rádio entre os planetas TRAPPIST-1
Os cientistas acreditam que, se de fato existirem seres extraterrestres inteligentes habitando os sete planetas do sistema TRAPPIST-1, então há a possibilidade de captar sinais de rádio enviados entre esses planetas.
A equipe analisou uma ampla faixa de frequências, com foco em sinais que ocupassem apenas uma faixa estreita dessas frequências. Essa abordagem seria semelhante a sintonizar um rádio em determinado canal.
Apesar de terem encontrado milhões de sinais em potencial, a equipe precisou reduzi-los para os candidatos mais promissores. No final, 11.000 sinais foram selecionados para uma análise mais detalhada.
Dentre esses, foram selecionados sinais observados durante ocultações planeta-planeta (quando um planeta passa à frente de outro), resultando em 2.264 sinais que poderiam indicar uma comunicação entre exoplanetas.
Sinais terrestres e desafios na pesquisa
Uma das complexidades desse tipo de pesquisa é o fato de que, mesmo direcionando os telescópios espaciais para o cosmos, os sinais captados ainda podem ser provenientes da Terra. O aumento da presença de naves espaciais orbitando nosso planeta tem tornado esse cenário ainda mais desafiador.
A busca por sinais não humanos continua, com a equipe aprimorando suas técnicas e explorando novos sistemas. A intenção é utilizar telescópios ainda mais sensíveis que possam detectar sinais mais tênues.
Este projeto envolveu a participação de estudantes de graduação no programa SETI Institute Research Experience for Undergraduates (REU) de 2023. Os estudantes investigaram possíveis sinais provenientes das órbitas humanas em torno de Marte para validar a eficácia do sistema em detectar corretamente esses sinais. Essa experiência foi uma forma empolgante de engajar os estudantes na vanguarda da pesquisa do SETI”, afirmou Sofia Sheikh, do Instituto SETI.
Dessa forma, os cientistas continuam em busca de possíveis sinais de origem extraterrestre enviados entre os exoplanetas do sistema TRAPPIST-1. A utilização de radiotelescópios tem se mostrado uma ferramenta crucial nessa investigação.