Tecnologia dos veículos autônomos subaquáticos revela navio fantasma do Pacífico
A exploração dos oceanos ao redor do mundo tem se beneficiado do avanço tecnológico, facilitando a descoberta de tesouros submersos. Recentemente, três robôs subaquáticos em forma de torpedo realizaram varreduras em uma área de 80 quilômetros quadrados nas águas próximas a São Francisco, resultando na localização do navio fantasma do Pacífico.
Localizado a cerca de mil metros de profundidade, os sonares dos robôs identificaram os destroços do navio, conhecido anteriormente como USS Stewart ou DD-224, o único destróier da Marinha dos EUA capturado por forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial.
Após a primeira descoberta, outros robôs subaquáticos capturaram imagens do navio, que, apesar de coberto por esponjas e caranguejos, está praticamente intacto no fundo do mar, com 95 metros de comprimento.
“Esse nível de preservação é excepcional para uma embarcação de sua idade e a torna potencialmente um dos exemplos mais bem preservados de um destróier ‘quatro-pipe’ da Marinha dos EUA conhecidos por existir”, afirmou Maria Brown, superintendente dos santuários marinhos nacionais Cordell Bank e Greater Farallones.
O navio fantasma do Pacífico foi descoberto durante uma demonstração de tecnologia da empresa Ocean Infinity, que opera a maior frota de veículos subaquáticos autônomos do mundo, destacando a eficiência da exploração submarina com o uso de drones.
Além de mapear o fundo do mar em alta resolução, a tecnologia dos drones também é crucial na identificação de locais para construções offshore, como parques eólicos e plataformas de petróleo, além de auxiliar arqueólogos marinhos em suas descobertas.
“Estamos no meio de uma mudança radical na descoberta oceânica”, ressaltou Jim Delgado, vice-presidente sênior da SEARCH, Inc., empresa de arqueologia marinha envolvida na redescoberta do navio fantasma do Pacífico.
História do Navio Fantasma do Pacífico
Em 1942, o navio foi afundado e abandonado nas águas de Java, sendo posteriormente recuperado pelas forças japonesas e utilizado para escolta de comboios navais durante a Segunda Guerra. Após ser resgatado, recomissionado e rebocado até a Califórnia, o navio foi afundado novamente em 24 de maio de 1946, sob uma chuva de tiros de prática de tiro pela Marinha dos EUA.
Russ Matthews, presidente da Air/Sea Heritage Foundation, comentou sobre a descoberta, destacando que a história documentada do navio ganha um novo capítulo com a revelação de seu estado atual.
Fonte: InfoMoney