A descoberta da origem dos fósseis encontrados no Brasil e em várias partes do mundo pode ter sido finalmente revelada. Os fósseis são recursos que têm o poder de mudar a compreensão dos pesquisadores sobre a vida antiga em nosso planeta, revelando informações sobre o comportamento de animais extintos. No entanto, alguns fósseis podem gerar mais dúvidas do que respostas, como é o caso da origem desconhecida dos fósseis encontrados no Brasil.
Em diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Índia e algumas nações da África e Europa, foram identificados fósseis no formato de halteres em rochas, conhecidos como bifungites. Estes fósseis na verdade são animais fossilizados, tocas deixadas por criaturas já extintas. A maioria dos bifungites foi encontrada em rochas da era Paleozoica, que remonta a mais de 300 milhões de anos.
A origem dos bifungites, incluindo os encontrados no Brasil, tem intrigado os pesquisadores. Um paleontólogo brasileiro, Daniel Sedorko, realizou estudos sobre esses fósseis por mais de uma década e durante uma expedição em 2022 fez uma descoberta interessante. Segundo o The New York Times, enquanto a maioria das tocas estava vazia devido ao fato das criaturas serem invertebradas com corpos moles, Sedorko observou marcas de vermes em um bifungite nas rochas do rio Sambito, no Piauí. Após análises mais aprofundadas, a equipe descobriu outras sete tocas fossilizadas com a mesma marca, indicando que os vermes foram os responsáveis pela criação destas tocas.
Origem fósseis encontrados no Brasil
Segundo os pesquisadores, essa descoberta representa o primeiro registro que sugere que os invertebrados sejam os responsáveis pelos bifungites. Carlos Neto de Carvalho, especialista em icnologia da Universidade de Lisboa, destacou a importância da descoberta, ressaltando que é mais comum encontrar uma nova espécie de dinossauro do que o produtor de um vestígio fóssil.
A equipe de Sedorko acredita que os vermes marinhos do grupo Annulitubus foram os responsáveis pela criação das tocas, localizadas nas partes rasas dos mares próximos aos supercontinentes pré-históricos. Essas criaturas cavavam tocas no fundo do mar, que apresentavam o formato de Pi invertido ou de U, sendo preservadas ao longo dos milhões de anos devido ao depósito de sedimentos durante tempestades frequentes.
Preservação
A descoberta feita pela equipe de Sedorko e a preservação dos fósseis de vermes nas tocas ao longo do tempo intrigam os pesquisadores, que esperam que a comunidade científica dedique mais atenção aos criadores dos bifungites. A hipótese de que os vermes Annulitubus sejam os responsáveis pela origem desses fósseis está sendo considerada, porém não exclui a possibilidade de outros artrópodes terem desempenhado um papel semelhante em outras regiões do planeta.
Fonte: Olhar digital