Cupins podem se detonar — e a ciência finalmente compreendeu porquê

**A capacidade dos cupins de se explodirem é um fenômeno amplamente conhecido, porém o mecanismo por trás dessa explosão era um mistério até agora.**

O reino animal continua a surpreender, e mesmo comportamentos já conhecidos nem sempre possuem uma explicação imediata. Este é o caso dos cupins da espécie Neocapritermes taracua, que são famosos por explodirem quando se sentem ameaçados. No entanto, a ciência nunca soube como esse mecanismo funcionava.

Esses insetos possuem um par de glândulas especializadas no abdômen que secretam uma enzima chamada “lacase azul BP76”. Conforme envelhecem, os cupins acumulam cada vez mais essa substância em uma bolsa semelhante que se localiza em suas costas.

Quando ocorre uma ameaça, os cupins são capazes de romper seus próprios corpos, fazendo com que a enzima entre em contato com as secreções produzidas em suas glândulas salivares. O resultado é um líquido pegajoso, rico em substâncias extremamente venenosas capazes de imobilizar ou matar os predadores.

Mecanismo dos cupins explodindo


Olhar digital

Embora a capacidade dos cupins de explodir fosse conhecida, o mecanismo por trás desse fenômeno não era compreendido. No entanto, em um novo estudo, os cientistas da Czech Academy of Sciences, na República Tcheca, analisaram como a BP76 poderia permanecer em estado sólido durante o armazenamento nas costas dos cupins.

A questão principal era como essa substância podia ser armazenada sem representar riscos para os cupins e como conseguia causar uma reação instantânea quando liberada.

Os pesquisadores descobriram que a estrutura tridimensional da enzima permite que a BP76 tenha “uma variedade de estratégias de estabilização”, o que possibilita a sua dobra e contribui para a sua resistência. Além disso, a enzima possui uma proteção adicional por meio de moléculas de açúcar, formando um escudo que protege os cupins da substância.

No estudo, foi revelado que a ligação química entre dois aminoácidos, lisina e cisteína, confere à substância a capacidade de manter sua forma e permanecer totalmente funcional e pronta para a ativação. Essa característica faz com que a BP76 permaneça sólida enquanto armazenada nos cupins.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *