Atletas de alto nível também enfrentam desafios de saúde mental. Compreender a importância desse aspecto para o desempenho dos esportistas olímpicos é fundamental.
A participação inaugural dos atletas brasileiros de elite nas Olimpíadas ocorreu em Antuérpia, na Bélgica, em 1920. Naquela ocasião, o Brasil enviou uma equipe composta por 21 atletas masculinos, competindo em cinco modalidades: natação, pólo aquático, remo, mergulho e tiro.
Os atletas viajaram para a Europa a bordo do navio alemão Curvello. O chefe da equipe de tiro esportivo, Afrânio Costa (1892-1979), calculou que chegariam ao destino oito dias após o início dos jogos.
O jornalista Marcelo Duarte, autor do livro O Guia Curioso – Jogos Olímpicos, relata que os atletas desembarcaram em Lisboa e seguiram de trem para chegar aos Jogos. Surpreendentemente, não apenas participaram das Olimpíadas, mas também conquistaram as três primeiras medalhas do Brasil: ouro, prata e bronze.
Conquistas posteriores
A trajetória olímpica do Brasil evoluiu ao longo dos anos, acumulando um total de 150 medalhas, sendo 37 de ouro, 42 de prata e 71 de bronze. Em Tóquio 2020, o país superou o número total de medalhas da edição anterior, alcançando 21 medalhas em comparação com 19 no Rio 2016.
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O destaque ficou por conta da ginasta Rebeca Andrade, que obteve uma importante conquista. Rebeca tornou-se a primeira campeã olímpica de ginástica do Brasil, ao garantir medalhas de ouro e prata na prova individual, sendo também a primeira brasileira a conquistar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos.
O desafio da saúde mental
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Em meio à competição em Tóquio 2020, a renomada ginasta Simone Biles surpreendeu ao tomar a decisão de se afastar de algumas provas para cuidar de sua saúde mental. Em entrevista, Biles ressaltou a importância de reconhecer que, acima de tudo, os atletas são seres humanos enfrentando desafios em meio ao alto nível de competição.
Outro exemplo marcante é o nadador Michael Phelps, detentor de 23 medalhas de ouro olímpicas. Phelps admitiu ter lutado contra pensamentos suicidas após as Olimpíadas de Londres em 2012, evidenciando a importância de cuidar da saúde mental mesmo diante de um histórico de sucesso atlético.
A importância do suporte psicológico
Estudos apontam que a saúde mental é uma questão relevante entre os atletas de elite. Pesquisas realizadas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelam que 24% dos atletas de alto nível enfrentam problemas de saúde mental, incluindo sintomas de depressão, ansiedade e distúrbios alimentares.
Profissionais renomados, como a psicóloga Katia Rubio e o mentor Giuliano Milan, destacam a importância do acompanhamento psicológico para ajudar os atletas a lidar com o estresse, a ansiedade e a pressão inerente às competições de alto nível.
Diante desse cenário, os relatos de atletas como Bruno Rezende, Sheilla Castro, Robert Scheidt e Martine Grael ressaltam a relevância do preparo mental para obter sucesso no ambiente esportivo, visando não apenas o desempenho físico, mas também o equilíbrio emocional.