Um dos eventos mais esperados no universo é a fusão entre a Via Láctea e a galáxia de Andrómeda (M31), prevista para daqui a aproximadamente 4,5 mil milhões de anos. Este fenômeno cósmico, conhecido como “colisão galáctica”, será uma interação gravitacional complexa, resultando na reconfiguração das estrelas e sistemas estelares das duas galáxias em um novo formato. Alguns cientistas já levantam a possibilidade de que essa fusão esteja acontecendo atualmente.
Estrelas super-rápidas de Andrómeda podem já estar aqui
Existe a possibilidade de que estrelas lançadas da galáxia vizinha de Andrómeda estejam atravessando a Via Láctea neste momento. Um grupo de astrônomos levantou essa hipótese, baseando-se em dados da sonda Gaia, e sugerem que algumas das estrelas mais rápidas que cruzam nossa galáxia podem ser originárias de Andrómeda.
Um estudo publicado em abril de 2024 na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society abordou a simulação de estrelas de hipervelocidade vindas de Andrómeda, utilizando um modelo do potencial gravitacional das duas galáxias.
Andrómeda está em rota de colisão connosco!
Andrómeda, uma galáxia maior que a Via Láctea, está se aproximando de nós a uma velocidade de 113 quilômetros por minuto. A fusão entre as duas galáxias está prevista para daqui a aproximadamente 5 mil milhões de anos, mesmo que os volumes de Andrómeda e a Via Láctea ainda estejam separados por cerca de 2,5 milhões de anos-luz.
Estudos indicam que os halos galácticos das duas galáxias já estão se tocando, o que pode ser um indicativo de que a fusão está em andamento.
Quantas estrelas vizinhas existem já na Via Láctea?
Desde a descoberta da primeira estrela de hipervelocidade em 1988, várias outras foram identificadas dentro da Via Láctea. A questão que os cientistas levantam é quantas dessas estrelas podem ter vindo de Andrómeda. Estimativas apontam que entre 12 e 3.910 estrelas de Andrómeda podem estar presentes na nossa galáxia.
E porque é que se movem tão rapidamente?
As altas energias cinéticas das estrelas de hipervelocidade podem ser atribuídas às interações gravitacionais entre estrelas binárias e buracos negros supermaciços no centro da Via Láctea. Esse processo, conhecido como mecanismo de Hills, acelera as estrelas a velocidades extremamente altas.
É possível detetar estrelas da galáxia de Andrómeda?
Modelos sugerem que algumas estrelas de hipervelocidade na Via Láctea podem ter origem em Andrómeda. Estudos têm sido realizados para rastrear o caminho dessas estrelas e determinar sua possível origem. Dados da sonda Gaia têm sido fundamentais nesse processo, e pelo menos 10 estrelas de Andrómeda são estimadas de estar presentes na nossa galáxia.
A short video navigating through the #GaiaSky DR3-large dataset (~122 million stars) in real time.