Problema da Noruega surge após se tornar país próspero e contente.

Mesmo sendo um país próspero e feliz, um novo dilema tem surgido na Noruega, ganhando destaque entre os especialistas que até deram um nome oficial para ele.

Apesar de ser um exemplo de nação que muitos países almejam alcançar, a Noruega está enfrentando um problema significativo que está chamando a atenção.

O país é reconhecido como um dos mais felizes, com uma economia equitativa, alta posição no ranking de PIB per capita e investimentos generosos em bem-estar social, além de um estado com finanças saudáveis.

No entanto, apesar de todos esses aspectos — ou talvez por causa deles —, um sentimento peculiar tem emergido na Noruega, que vai além da simples satisfação.

Trata-se de um sentimento de culpa, refletido em produções cinematográficas e televisivas, que já chamou a atenção dos especialistas. Esse sentimento foi até nomeado de “escandiculpa“.

Muito felicidade


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Os cidadãos da Noruega desfrutam de altos níveis de satisfação. Ou, pelo menos, são mais felizes do que muitos habitantes de outros países, segundo estudo realizado periodicamente pela SDSN (Sustainable Development Solutions Network), que avalia algo tão subjetivo e variável como a felicidade.

Dessa forma, com base em critérios como apoio social, nível de renda, saúde, liberdade, generosidade e nível de corrupção em cerca de 150 países ao redor do mundo, os especialistas da SDSN elaboram uma lista dos “TOP 10” países mais felizes. A Noruega está classificada em sétimo lugar, entre Suécia e Suíça.

E qual é o dilema da Noruega?

Embora pareça ideal ser um país extremamente feliz, isso também pode trazer desafios. É o caso do problema enfrentado pela Noruega, que está ligado à culpa sentida pelos habitantes em relação aos demais países.

Em sociedades onde a felicidade e o bem-estar são elevados, pode surgir um sentimento de desconforto. Especialmente se a prosperidade do país estiver de certa forma vinculada a práticas que impactam negativamente outras nações ou o meio ambiente.

Esse fenômeno, por vezes chamado de “culpa de privilégio“, pode gerar um mal-estar emocional entre os cidadãos.

Adicionalmente, quando um país é consistentemente classificado como um dos mais felizes, há uma pressão implícita para manter esses altos padrões de felicidade.

Isso pode resultar em uma aversão ao risco e à inovação, com as pessoas e governos optando por não realizar mudanças que possam abalar o que já é considerado uma situação ideal.


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Falta de progresso

Assim, surge outro desafio, que é a estagnação. A busca pela manutenção de um estado de felicidade pode desestimular a abordagem de problemas sociais ou culturais mais profundos.

Em vez de lidar com questões complexas, a sociedade pode optar por ignorá-las para preservar uma imagem de felicidade e harmonia.

E quando a felicidade é vista como algo comum, aqueles que não se encaixam nesse padrão podem sentir-se inadequados ou isolados.

A pressão por ser feliz pode, paradoxalmente, levar a níveis de estresse e ansiedade, especialmente em uma sociedade que valoriza o bem-estar emocional.

Por fim, é importante lembrar que um país muito feliz e bem estruturado em um ambiente de alto bem-estar pode criar uma bolha de privilégio, onde as pessoas podem se tornar menos conscientes ou empáticas em relação às dificuldades enfrentadas por outras partes do mundo.

Isso pode resultar em falta de ação ou interesse em questões globais significativas. Portanto, é essencial manter-se informado sobre o que acontece no resto do mundo e compreender a própria posição.

Certamente, o dilema enfrentado pela Noruega, essa “escandiculpa“, demonstra que eles reconhecem seu próprio privilégio. Isso pode ser o ponto de partida para uma mudança, buscando contribuir mais para o planeta e impulsionar um progresso coletivo para que mais países alcancem níveis elevados de felicidade.

 

Fonte: Terra

Imagens: PxHere, Freepik

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