Cientistas fizeram uma descoberta incrível no campo da física de partículas: o **neutrino mais energético já observado**. No entanto, as informações sobre sua localização e momento de detecção foram mantidas em segredo.
A vontade da humanidade de explorar o desconhecido se manifesta de diversas maneiras, seja no espaço sideral ou nas profundezas dos oceanos. Ambos são repletos de mistérios intrigantes. Um dos objetos de estudo nesses ambientes são os neutrinos de alta energia, investigados pelo Telescópio de Neutrinos de Quilômetro Cúbico (KM3NeT). Esse equipamento, em construção, utiliza o oceano como detector, explorando o fenômeno do “efeito Cherenkov” que ocorre quando partículas subatômicas viajam mais rápido que a luz ao passar por certos meios, como a água.
Segundo a teoria de Einstein, a velocidade da luz no vácuo é o limite absoluto do universo, mas ao passar por meios como a água, essa velocidade diminui. Quando as partículas subatômicas ultrapassam essa velocidade reduzida, ocorre o efeito Cherenkov, descoberto pelo físico soviético Pavel Cherenkov em 1934. Esse fenômeno é caracterizado pela emissão de uma luz azul quando partículas carregadas se movem mais rápido que a luz na água, semelhante ao estrondo sônico causado por aviões supersônicos.
Neutrino mais energético já visto
O observatório ARCA, parte do KM3NeT, foi projetado para detectar a luz de Cherenkov gerada por interações de neutrinos no oceano. Com detectores submersos em cordas que chegam a 3.500 metros de profundidade no Mar Mediterrâneo, esse equipamento elimina diversas interferências, como o decaimento do potássio 40, permitindo aos pesquisadores identificar sinais relevantes.
De acordo com o físico belga Francis Halzen, da Universidade de Wisconsin-Madison, um evento registrado pelo ARCA foi descrito como “fantástico”. Na conferência Neutrino 2024, o físico João Coelho, da Universidade de Lisboa, em Portugal, destacou esse evento, mas ressaltou que as informações sobre sua localização e momento de detecção foram mantidas em segredo para evitar que outras equipes rastreassem a fonte cosmológica antes da finalização da análise. A comunidade científica aguarda ansiosamente por mais detalhes sobre essa descoberta promissora.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Olhar digital