O recente sucesso do Telescópio Espacial James Webb em descobrir novos aspectos do Universo inclui a revelação surpreendente sobre o exoplaneta HD 189733 b, um mundo onde as condições atmosféricas são extremas, resultando em uma atmosfera cheia de sulfeto de hidrogénio, molecula conhecida pelo seu cheiro desagradável a ovos podres. Esta descoberta foi possível devido à análise da composição atmosférica do exoplaneta feita pelos astrónomos.
“Diz-me como cheiras e digo-te quem és”
Os dados recolhidos pelo telescópio James Webb revelaram não só a presença de sulfeto de hidrogénio na atmosfera do HD 189733 b, mas também de água, dióxido de carbono e monóxido de carbono, sem a presença de metano. Este conjunto de moléculas fornece pistas sobre a formação e composição do planeta, revelando a importância do enxofre na química do planeta.
A descoberta do sulfeto de hidrogénio em HD 189733 b é significativa, representando o primeiro registo da presença deste gás num planeta fora do Sistema Solar. Esta informação é vital para compreender a formação dos exoplanetas e o papel do enxofre na sua evolução.
Exoplaneta onde chove vidro
O HD 189733 b, localizado a 64 anos-luz da Terra, não é apenas famoso pelo seu cheiro peculiar, mas também pelas suas condições extremas. As altas temperaturas, resultantes da proximidade com a estrela, criam um ambiente onde ventos de até 8.600 km/h contribuem para uma chuva de vidro derretido, tornando-o um local inóspito.
Este exoplaneta, descoberto em 2005, é considerado um “Júpiter quente” devido às suas características semelhantes às de Júpiter, mas com um período orbital mais curto. Os estudos feitos com o auxílio do telescópio James Webb permitem aos astrónomos expandir o conhecimento sobre a formação e evolução planetária, mesmo que o planeta não seja adequado para a vida humana.